No meu caminho para Emaús conversei com amigos, contei histórias, dei risada e chorei. Andando com eles refleti sobre coisas da vida, me decepcionei com promessas que achavam serem válidas para mim, me alegrei com conquistas que imaginava terem sido boas, porém algo dentro desse turbilhão de emoções estava faltando.
No meu caminho para Emaús também ri das histórias de meus colegas, me alegrei e me entristeci com suas conquistas e derrotas. Ajudei quando podia ajudar e me recolhia quando me era conveniente recolher.
No meu caminho para Emaús as conversas eram sobre perspectivas de vida, de passos firmes rumo a uma linha de chegada irreconhecível. Andava, mas sem saber pra onde, nem onde era Emaús.
No meu caminho para Emaús já não sabia se era eu quem estava caminhando ou se o caminho é que estava caminhando por mim.
Até que Ele chegou, irreconhecível, e me perguntou sobre coisas da vida (como se não soubesse das respostas). E eu, tolo que era, respondia com ar de sabedoria, quase reclamando daquelas perguntas tão infames.
Mas Ele ouvindo toda minha indignação com a vida e com promessas não cumpridas apenas esboçava um sorriso e procurava me acalmar, como se me conhecesse a muito tempo.
No meu caminho para Emaús ouvi as lições Dele sem saber quem Ele era. Acolhi. Achei estranho aquele peregrino falando com tanta autoridade e ofereci estadia para Ele ao chegar em casa.
Já em Emaús levei-O para dentro de casa. Continuamos a conversar, eu O ouvia, não conseguia desgrudar os olhos daquele viajante desconhecido. Não entendia muita coisa do que Ele dizia ou procurava me ensinar. Mas suas Palavras eram tão fortes e faziam tanto sentido que não tinha outra opção: ouvi-las.
Em Emaús, ao lado Dele, refleti sobre o caminho que havia percorrido ao Seu lado. Tinha até me esquecido das outras conversas, meus passos tinham outros significados.
Em Emaús, ao lado Dele, minha vida ganhou outro significado. Eu já não era mais o mesmo, aquele caminho já não tinha o mesmo sentido e meu destino era outro.
Em Emaús, ao dividir o pão na mesa da minha casa, meus olhos se abriram, meu coração se aqueceu, minha alma se exultou. Na mesa da minha casa, em Emaús, meus olhos se encheram de lágrimas.
No caminho para Emaús conheci meu amigo real de viagem: meu Senhor Cristo Jesus.
(Lucas 24:13-45)